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A 2ª década do milênio e a mobilidade brasileira: O que mudou?

Se você acompanha nossas redes sociais, LinkedIn e Instagram, viu que a ideia da empresa surgiu em 2014 e que o país só teve o primeiro serviço sob demanda coletivo em 2019. Percebendo esta distância temporal entre as pesquisas do que já havia no mundo e o que o país estava absorvendo, criamos este artigo.


Aqui vamos falar de alguns marcos da mobilidade brasileira dos últimos 10 anos, de forma a tentar mostrar um pouco como a mobilidade foi evoluindo na última década, no nosso Brasil, e o que nos aguarda para o futuro!


Começamos com 2010 e 2011. 2010 findava a 1ª década do milênio e trazia consigo o crescimento expressivo da indústria automobilística e por consequência o aumento do uso do transporte individual. Porém, também foi o ano de início dos Programas de Aceleração do Crescimento (PAC), que em 2011 teve a versão voltada para Mobilidade de Grandes Cidades, que acabaram por fomentarem obras voltadas ao transporte coletivo, visando principalmente os jogos da Copa do Mundo de 2014. Naqueles anos já se observava a ampliação de faixas e corredores exclusivos para o transporte coletivo; a criação de serviços por área geográfica e implantação de bilhetes únicos em algumas cidades, como São Paulo.


Passamos para 2012. Este ano consagrou o marco legal da mobilidade, uma vez que foi em 03 de janeiro deste ano que a Lei 12.587 instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana. Esta Lei contribuiu para instituir as diretrizes e dotar os municípios de instrumentos para melhorar as condições de mobilidade nas cidades brasileiras, exigindo a elaboração do Plano de Mobilidade Urbana para municípios acima de 20 mil habitantes até 2015. Este prazo foi flexibilizado em diferentes momentos, sendo o último deles dado pela Lei n. 14.000/2020, que estabeleceu a data de entrega destes Planos até o dia 12 de abril de 2023. Até janeiro do ano passado, 840 municípios haviam declarado terem o Plano de Mobilidade Urbana elaborado ou em processo de produção, dos um pouco mais de 1.500 municípios com mais de 20 mil habitantes existentes no país. Por fim, foi também em 2012 que as empresas Moovit e Waze (ambas de crowdsourcing, a primeira voltada para transporte coletivo e a segunda para trânsito) iniciaram suas operações no Brasil, em São Paulo e hoje, a Moovit já atua em mais de 200 cidades no país, incluindo todas as capitais brasileiras e o Waze possui 14 milhões de usuários brasileiros em sua plataforma, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro.


Em 2013 tivemos as conhecidas "Jornadas de Junho", em que a população foi às ruas manifestar-se contra os aumentos de tarifa ao longo do país e por melhorias no sistema público de transporte como um todo.


Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil (melhor esquecer...) a Uber (empresa de ridehailing) iniciou no Brasil. Neste momento os celulares smartphones já eram uma realidade maior nas cidades e a possibilidade de usufruir dos serviços da Uber, contratado pelo celular, se apresentou como alternativa interessante para a população. Esse serviço gerou uma verdadeira mudança no setor e no comportamento do usuário, porém só foi regulamentado 4 anos depois, em 2018, pela Lei 13.640. 2014 também marcou o início de uma das piores crises econômicas do Brasil.


Chegamos então em 2015, metade da 2ª década do milênio e, embora pela Emenda Constitucional 90/15 o transporte tenha passado a ser considerado como direito social, os números da mobilidade brasileira apontaram um crescimento do transporte individual 3,6 vezes maior que o de transportes coletivos sob trilhos (trens e metrôs). Já em relação ao transporte por ônibus, 2015 e 2016 foram os de maior decréscimo da demanda de passageiros no setor, até então, cerca de 16% de redução da demanda. Tais reduções se justificaram principalmente pelo agravamento da crise iniciada em 2014, que aumentou o desemprego e por consequência a renda de milhões de brasileiros.


Ainda considerando 2016, destacam-se duas ações municipais brasileiras. A primeira delas foi a parceria entre Waze e Prefeitura do Rio de Janeiro nos Jogos Olímpicos, apresentando redução de congestionamentos em horários de pico da ordem de 27%. Já a segunda diz respeito à mobilidade elétrica, com o início das operações do app VAMO de carsharing elétricos em Fortaleza.


Já no ano seguinte, em 2017 nascia a Buser no Brasil, além de ter sido iniciado em Campinas o pagamento via QR Code, primeira cidade brasileira a adotar este tipo de pagamento. A Buser é uma startup brasileira que une pessoas, com desejos de viagem comuns, às empresas de transporte fretado. A startup tem operado em algumas capitais brasileiras, porém a regulamentação da atividade ainda não é homogênea, tendo sido proibida de atuar em algumas cidades. Foi a partir de 2017 também, que houve maior difusão da tecnologia contactless (sem contato) de pagamento via NFC nos validadores de cidades como Brasília, Rio de Janeiro e Jundiaí, que no ano seguinte se consagrou como primeira cidade da América Latina a ter 100% de sua frota com essa tecnologia. E por fim, mas não menos importante, este ano marcou o início da operação do primeiro app de Mobilidade como Serviço - MaaS - do mundo, o Whim da MaaS Global, em Helsinque na Finlândia. O app Whim atuava exclusivamente na Europa até 2020, quando deu início às operações no Japão.


Em 2018 a startup Quicko investida do grupo CCR, foi fundada. É a primeira iniciativa brasileira na direção da Mobilidade como Serviço, atuando principalmente em São Paulo.


Em 2019 o primeiro serviço de transporte coletivo sob demanda do país iniciou suas operações. O Citybus 2.0 de Goiânia começou suas operações em 11 de fevereiro daquele ano.


Então veio 2020, o ano da pandemia que ainda não acabou e sobrevivemos! Este ano marcou a mobilidade mundial, trazendo à tona a necessidade do setor de transporte de inovar. Além da adoção de medidas de higienização dos veículos, uso de máscaras e manutenção do distanciamento, com a oferta sendo mantida em níveis superiores ao da demanda, inovações no setor de pagamentos do transporte e da forma de ofertar os serviços (sob demanda e integração da Mobilidade como Serviço - MaaS) ganharam maior força mundo afora. Além disso, foi observado um crescimento expressivo do transporte ativo, com aumento significativo do uso das bicicletas.


O futuro... bem, como podemos ver, contextos econômicos, sociais e sanitários impulsionam mudanças de comportamento da população que por sua vez fomentam a inovação em todos os setores, mas principalmente em transportes, uma vez que esta é atividade essencial para o cumprimento de todas as outras. Neste sentido, o que podemos esperar para os próximos anos certamente envolve conceitos como serviços de mobilidade centralizados no usuário, cidades inteligentes, mobilidade sob demanda - MOD, MaaS e 15-minute city - cidades de 15 minutos. Todos conceitos enraizados no jeito de pensar mobilidade da On.I-Bus, o que vocês vão perceber conforme a série de postagens "Por dentro da On.I-Bus" for sendo apresentada.



 

#dicionariodamobilidade


#mobilidadeurbana = condição em que se realizam os deslocamentos de pessoas e cargas no espaço urbano


#mobilidadeeletrica = eletrificação do transporte, ou seja, visa possibilitar que as pessoas se locomovam utilizando veículos elétricos, tais como ônibus, patinetes, bicicletas ou carros



#carsharing = sistema de compartilhamento de veículos, onde por um app é possível usufruir de um veículo por meio de aluguel


#bikesharing = sistema de compartilhamento de bicicletas por aluguel, similar ao carsharing


#ridehailing = sistema de contratação de motoristas via app para cumprimento de viagens, não sendo compartilhado com outras pessoas nem realizando paradas intermediárias


#carpooling #ridesharing = sistema de compartilhamento de viagens, onde diferentes indivíduos compartilham um mesmo veículo para suprirem seus desejos de viagem, podendo haver paradas intermediárias


#crowdsourcing = sistema de colaboração coletiva, onde indivíduos compartilham dados com a plataforma, colaborando com outros usuários em prol de um objetivo comum. No caso de plataformas de mobilidade sob demanda, como a On.I-Bus, este sistema permite aos usuários colaborarem entre si para operacionalização de uma linha pop-up, que irá existir apenas para suprir os desejos de viagem daquele grupo solicitante



#transporteativo = forma de deslocamento não motorizado, baseado na propulsão humana, como por exemplo caminhada e bicicleta


#MaaS #mobilityasaservice #mobilidadecomoservico = modalidade de serviço que envolve a oferta de todos os serviços de mobilidade de forma integrada e multimodal, de forma que o usuário possa selecionar/pagar/usufruir todos eles em uma única plataforma. Focado em pessoas e transporte urbano


#MOD #mobilityondemand #mobilidadesobdemanda = abordagem focada no usuário que alavanca serviços emergentes de mobilidade trabalhando de forma cooperativa para permitir um sistema de transporte mais centrado no viajante, fornecendo melhores opções de mobilidade, conforme suas necessidades, incluindo cargas e passageiros e viagens regionais, além de urbanas



#15minutescity #cidade15minutos = cidades onde tudo que um cidadão precisa pode ser alcançado em 15 minutos a pé, de bicicleta ou transporte público


#cidadesinteligentes #smartcities = cidades comprometidas com o desenvolvimento urbano e a transformação digital sustentáveis, promovendo a melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas, garantindo o uso seguro e responsável de dados e das tecnologias da informação e comunicação, dentre outros aspectos


#servicodemobilidadecentralizadonousuario #user-centeredmobilityservices = serviços de mobilidade voltados para suprirem as necessidades dos usuários em conjunto, sendo parte do conceito de MaaS e MOD, colocando o usuário como principal tomador de decisão



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